4 de jan. de 2014

ENTREVISTA COMPLETA DE BRITNEY PARA O 'USA TODAY'

Britney Spears recebeu a imprensa antes da estreia de “Piece Of Me” e falou sobre o novo show, o disco, família e inspirações para o USA Today. Leia na íntegra:


LAS VEGAS – A grande cobra albina e as premiações mandam beijos. A profissional elétrica surge e aqueles problemas pessoais desaparecem.

Todos os traços particulares da rainha dos tabloides foram varridos do camarim no backstage do Planet Hollywood Cassino & Resort, deixando para trás apenas uma cansada, suada, mas ainda sorridente trabalhadora de 32 anos chamada Britney Jean Spears.

“Eu não dormi noite passada porque estava muito animada” diz Spears ao USA TODAY com seu sotaque Louisiano, deitada em um grande sofá de couro após outro exaustivo ensaio. “Sinto que estou bêbada de tão cansada, sabe?”

Não é difícil de imaginar o stress e a pressão em que Spears se encontra. Nos últimos quatro meses, a rainha do teen pop esteve elaborando o seu mais novo show: Britney: Piece Of Me, uma residência de 2 anos contendo 98 shows que estrearia na sexta (27) no Teatro Axis e seus 7 mil assentos, todos vendidos.

Além de atravessar um reino de cultura pop no qual um dia já dominara, há um enorme rigor de apresentar 24 sucessos em um espaço de tempo onde ainda tem que trocar de roupa sete vezes e pular de uma falsa arvore maciça gigante.

Mas para Spears, que passou por diversos dramas – desde divorcio até hospitalização – que poderiam destruir os seus sonhos no palco, nunca realmente pareceu que estava sobre um trampolim do showbiz.

“Está no meu sangue performar” diz Spears, vestida em um collant preto com uma camisa de time de futebol por cima dos Jerseys estampada com o numero 25. Seu cabelo loiro-esbranquiçado está amarrado no topo da cabeça.


Geralmente, estrelas neste estado “não tão estrela”, prefeririam não ser visto, mas Spears parece estão tão confortável quanto um vizinho que acabou de voltar de uma corrida.

“Eu sou uma garota caseira, e minha personalidade em casa é o oposto da performer que há em mim” ela diz. “Mas então, quando eu estou em casa e não tenho feito nada há algum tempo, eu começo a ficar chata, reclamona, nervosa, e ter sentimentos estranhos. Performar é minha terapia, até virar uma pessoa diferente no palco.”

Ela para, mas volta a falar. “Me da confiança, eu não tenho muita confiança em mim mesma. Mas quando eu estou no palco, é meu alter-ego, e meio que ajusta a minha personalidade”

Vegas ofereceu a saída perfeita para esse duelo de personalidades.

“Eu sou uma garota familiar (no sentido de ser muito apegada a família) e gosto de ficar em um lugar só. Viajar o mundo inteiro é realmente desconfortável para mim, estar em camas diferentes todas as noites, aviões e tudo mais,” ela diz, balançando a cabeça “Eu olho para trás agora e não vejo como eu fiz isso. Essa residência apenas pareceu ideal. Fica a uma hora de Los Angeles, minha casa, e é perfeita!”

Bem, quase. Confortável no palco desde seus dias de “Mouseketeer”, Spears fez seu nome nos inicios dos anos 2000 como uma dançarina modela de sua heroína: Madonna. Mas o corpo de um adolescente é perdoável, já o de uma  mãe com trinta e poucos anos, não tanto. Spears confessa que esteve em um Spa na avenida vizinha e disse que não queria ter saído mais de lá.
                                                                                                                                                          
“Essa malhação intensa tem sido bem exaustiva” ela diz. “São provavelmente os exercícios mais difíceis que já fiz na minha vida inteira para me preparar para um show. Eu penso em minhas outras turnês e vejo que estou fazendo mais músicas aqui do que eu jamais fiz. E a velocidade das coreografias apenas aumentam”

Esse ritmo é graças a um catalogo de hits que um performer, por mais velho que seja, teria inveja, desde a sua estréia em 1998 com Baby One More Time, 2000 com Oops!... I Did It Again, até o mais novo som do produtor Will.I.Am, Work Bitch,  que está no seu mais recente álbum Britney Jean. Apesar de ter iniciado bem lento – apenas 107 mil cópias vendidas na primeira semana – há bastante profundidade e elementos para construir um show inteiro.

“Vamos lembrar que faz quase 15 anos desde que ela lançou o seu primeiro álbum, e essa é uma data a ser comemorada com um show que mostra toda a sua retrospectiva,” diz ser empresário Larry Rudolph, mandando uma indireta para sua cliente (Miley Cyrus) que ainda é muito nova para uma residência em Vegas.

“Alguns poucos performers tem 15 anos no showbiz, e muito menos 15 anos com muitos hits,” ele diz. “Miley chegou para mim um dia desses e me disse ‘passei a ultima semana inteira assistindo todos os clipes de Britney e ela é inacreditável. Ela apenas detonou em cada momento.’ E isso é mais do que justificável.”

Não há duvidas que Spears seja a mais jovem de todos os seus colegas residentes de Vegas – Celine Dion, 45, Shania Twain, 48, e Rod Stewart, 68 – e sua triunfante energética juventude é o que está motivando a vinda de visitantes mais novos para Vegas, deixando a Strip cada vez mais eletrônica. Aqui os Outdoors de Britney competem com rostos de DJs famosos como Tiesto, Steve Aoki e Calvin Harris.

“Meu palpite é que está residência seja bom para Vegas, tem muitas pessoas que foram jovens com Britney e agora estão em seus 30 anos e revestindo seu amor pelas musicas dançantes dela,” diz Gary Bongiovanni, editor da revista de indústria de concertos Pollstar.

Ele ainda diz que qualquer nova atração aqui pode ser um grande desafio. “Vegas é uma das maiores e mais movimentas cidades de entretenimento do mundo,” ele observa que “qualquer show que oferece apenas mais uma visão bonita não é o que os visitantes querem.”

Porem, Britney está fazendo algo bem maior do que apenas uma noitada divertida em Vegas, diz o colunista da Rolling Stone Rob Sheffield.

“Com esse show, ela está fazendo uma afirmação ousada do seu lugar na história da cultura pop,” ele diz. “Todo mundo sabe que ela está sempre inovando, e seu novo álbum mostrou como ela pode expandir o seu som. Ela precisará ser ousada, essa é mais uma chance dela brilhar."

Para Spears, se manter no negócio será sua recompensa.


“Eu sei que 100 shows parece muito, mas eu estou animada,” ela diz. “Eu sou o tipo de pessoa que, se eu não tiver muito o que eu fazer, eu fico louca. Eu tenho que me manter ocupada. É uma coisa boa estar ocupada."

O plano é fazer 4 shows por semana, então sair de sua suíte e ir para a sua casa em Los Angeles e supervisionar seus filhos (Sean, 8, e Jayden, 7, com Kevin Federline) na escola e no treinamento esportivo.

“Eu amo minha família,” diz Spears, onde seu pai e conservador tutelar, Jamie, nunca está distante. “Eu fico animada perto deles. Para mim, trata-se de parentes e primos, e o quanto eles podem te deixar loucos. Trata-se deles.”

Se ela está sentindo a pressão de que ela ainda tem que mostrar o que ainda tem profissionalmente, ela não demonstra nem um pouco.

“Eu amo o que eu faço, e esse é o ponto da minha carreira. Não sinto que ainda tenho algo a provar,” ela diz. “Eu não promovi muito o meu novo álbum por essa razão. Eu não sinto que tenho que estar em todos os programas de TV. Eu apenas quero performar e inspirar pessoas. Quando eu estou cansada e vejo meus dançarinos fazendo minha parte (da coreografia), isso me inspira. Eu acho que é esse o motivo de estarmos aqui, para inspirarmos uns aos outros.”

Ela bebe algo de uma garrafa. “Performar me da um sentimento destemido, como se você pudesse conquistar qualquer coisa. Eu chamo isso de falsa confiança atualmente.”


Mas na verdade, certas coisas assustam Spears.

“Muitas coisas, sim. Eu não sou muito boa em contextos sociais,” ela diz. “Eu não sou muito boa com alturas. Ou animais que não sejam os meus. Eu tenho medo de cachorros, apesar de ter dois, mas eles são pequenos. Eu já fui atacada por dois quando eu era mais nova.”

Claramente, cobras são exceções destes medos, tendo como evidência o seu memorável momento cultural, consanguíneo com o twerk de Miley no MTV Video Music Awards: Se enrolar em uma grande píton albina no VMA de 2001 ao som de I’m A Slave 4 U.

Spears sorri com as memórias. Isso foi a algum tempo atrás. Um sonho adolescente. Seus trinta e poucos anos ainda estariam por vir.

“Eu estou feliz aonde estou,” ela diz. E fala como uma afirmação, não como uma súplica. E nos próximos dois anos, o mundo inteiro pode vir a Las Vegas e tirar a prova disso com seus próprios olhos.

Fonte: Rebellion.

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